A Trindade do Apocalipse #1 - "Domínio nefasto"

*A estória a seguir é o spin-off do conto "O Ceifador".



Relatório de sobrevivência - pág 01:

"Eu... meu nome é John White... e nem sei por onde começar, pois as coisas aconteceram de maneira tão repentina que... ah, eu detesto delongas! Vou direto ao ponto, no entanto, não tão diretamente: imagine todo o sonho de um dia a humanidade fazer valer tudo aquilo que, durante vários anos, ela construiu graças a sua inteligência... ser reduzido à cinzas, assim como este planeta. Foi exatamente isto que ocorreu. A humanidade sofreu seu maior atentado em toda a sua história, sem direito a avisos prévios, alertas de segurança e nenhuma chance de anunciar um toque de recolher na tentativa de manter inocentes a salvo. Estima-se que apenas 2% foi o que restou dos seres humanos na Terra. Eu faço parte destes 2%. Eu detesto dizer que foi por pura sorte, pois estou desacreditado de bobagens como essa. Quer saber como sobrevivi? Pois bem, fiquei durante 7 anos vagando sem rumo por lugares inóspitos, testemunhando o mundo de dor que antes era mais... colorido. Sou arqueólogo, mas faço mais o tipo "Caçador de Relíquias", e tenho certa predileção em caçar... monstros. Os monstros que causaram esta catástrofe hão de ver a fúria do único humano que ainda acredita na esperança de ver esse quadro se reverter. Eu posso estar sendo... muito otimista, claro, mas... sinto a coragem fervendo no meu sangue. A tempestade veio, mas talvez eu possa ser capaz de trazer de volta os tempos de calmaria. Ainda estou sobrevivendo... mas não sei por quanto tempo vou me manter assim." 

A Terra nunca antes havia sido vítima de uma era tão nefasta quanto a que se presenciou naquela época. Após o inesperado ataque de dois seres desconhecidos, mas de natureza monstruosa, a humanidade teve sua esperança de futuro próspero completamente destruída. Tais seres, tratavam-se de simples seres humanos manipulados pelo mal contido em seus corações. As duas garotas, Flávia e Lívia, sob o controle de uma poderosa entidade profana, adotaram personalidades e identidades diferentes. Fizeram o caos perdurar por sete anos, no entanto não fizeram isto sozinhas sem ajuda de um imponente membro que formasse um grupo de "Deuses da Morte". Sendo a partir daquele momento Sektor e Baniph, respectivamente, as duas jovens encontraram na figura do tal ser um general a quem possam cumprir determinadas ordens.

Brakmor, perverso, implacável e arrogante, adentrou no mundo dos homens ao ter conhecimento de que o principal Deus da Morte conseguiu seu feito, o qual tanto desejara em tempos passados: a exterminação definitiva da espécie humana. Logo conheceu as duas servas daquele que era nomeado de "Ceifador" pelos humanos. Inicialmente, ambas eram desprezadas constantemente pelo mais severo guardião dos portões do submundo. Tendo em vista a conquista, algo inesperado havia ocorrido, sem que as duas soubessem. Brakmor e o Ceifador tiveram um raro contato, essa era a suspeita. E o resultado do suposto encontro foi justamente o inflamento de seu ego.

As duas apenas obedeceram às ordens durante o tempo mencionado, e nada mais além disso foi feito, o que privava-as de suas liberdades. O império estava formado. Brakmor conseguiu reunir, em um período de tempo de dois anos, um exército de 5 mil demônios, todos vestidos com armaduras negras e portando lanças, espadas e escudos, com a única e exclusiva tarefa de escravizar um certo número de sobreviventes. Torturas dantescas, chicotadas e humilhações eram só algumas das artimanhas maléficas daqueles seres.

Passados os anos, tudo permaneceu inerte e monótono. Em um certo dia, o jovem John White, estava sobre uma montanha de crânios, escrevendo em seu caderno uma espécie de "diário de um sobrevivente". Contemplando o enegrecido céu, com nuvens de um tom azul sombrio, o qual não fazia ter noção se era dia ou noite, o jovem arqueólogo matinha-se corajosamente exposto, deixando de lado a preocupação e a possibilidade de ser avistado por um dos demônios.

Uma figura misteriosa, envolta de um capuz preto surgiu próxima à ele. Intrigado, ele desceu da volumosa pilha de ossos humanos para ver o que era aquele homem. Aproximando-se mais, percebeu que tratava-se, aparentemente, de um senhor de idade avançada, pela postura nada reta. Olhou para as mãos, bastante envelhecidas e, estranhamente, cinzentas. Seu rosto era pouco visível, e o pouco que se via de sua face também parecia ter uma cor igual a das mãos.

- E-eu acho melhor o senhor não ficar aqui... pode acabar sendo pego e...

- Aconselho o mesmo à você. - disse o tal velho, interrompendo John.

- Espera aí... eu sei que é difícil eu me deparar com outras pessoas adultas hoje em dia, mas... você me parece alguém que não se abate facilmente com todo esse caos.

- Não vejo isso como um problema. Finalmente encontrei o humano destinado a varrer o mal deste mundo para sempre.

John ficara confuso com a declaração inesperada do velho. Não demorou para questiona-lo.

- Destinado!? Me desculpe meu senhor, mas acho que cometeu um engano, porque, apesar de estar confiante ainda, não tenho a menor ideia do que fazer. Se me permite, eu tenho que juntar mantimentos para um abrigo secreto onde eu mantenho algumas crianças fora de perigo.

- Espere, não vim para faze-lo perder tempo. - disse o homem segurando o braço de John.

- É melhor me soltar... ou vai sentir o peso da minha mão esquerda. Não sei quem você é, mas... muito provavelmente parece ser um deles.

- Não se iluda tão facilmente julgando-me pela aparência, seu tolo. Vim para um propósito específico, o qual fui designado a cumprir, mas quero fazer exatamente o contrário.

- E quem lhe deu essa ordem? Para quem trabalha?

- Eu confirmo sua suspeita, trabalho para os responsáveis por esta catástrofe. Me mandaram aqui para sequestrar o humano mais corajoso ainda restante no mundo... e escolhi você. Mas não quero feri-lo, e sim alerta-lo previamente. Vou ajudar você.

- E como planeja fazer isso? Como vou saber se isto não é parte de uma armadilha?

- Venha... colocarei minhas mãos nos seus ouvidos e ouça com atenção o que meu rei disse horas antes de eu vir aqui.

Mesmo relutante, aproximou-se do homem, achando completamente estranha a maneira como o mesmo o fará saber dos objetivos escusos de Brakmor.
A voz do guardião soou como um ruído insuportável para John, de tão grave e rouca, mas as mãos do velho conseguiram manter a cabeça de John firme.

- "Ordeno que traga-me a meu palácio o único humano que ainda guarda um sentimento de coragem neste mundo. Ele será encarregado de uma tarefa importante, sendo mais específico, faremos um acordo que decidirá nosso destinos. Mas isto irá depender do poder inestimável de um artefato que eu cobiço desde meu nascimento. A Lança do Destino. Quero-a pra mim, sem qualquer divisão de poder. Isto me transformará em um Deus maior do que já sou." - disse Brakmor.

Após ouvir o pronunciamento, John relembra algumas expedições em que esteve envolvido para encontrar a relíquia, mas não obteve sucesso em nenhuma delas.

- Lança do Destino... já fui em expedições para encontra-la, sou um arqueólogo, mas... ah, não. Se esse monstro que acabou de falar quer a lança, é óbvio que é para um plano maligno de proporções maiores, já que aquele que a tiver em mãos tem o poder de moldar o universo à sua maneira.

- Exatamente. Mas eu lhe perguntou meu bom homem: Está disposto a arriscar?

- Não se preocupe, já sei o que fazer. Se ele quer jogar... vamos jogar. - disse John, decidido a confrontar Brakmor e com um plano na manga.

John caminhou por um trilha, em uma parte deserta da cidade até chegar à metrópole, completamente destruída. O tal velho lhe deu as orientações para chegar ao palácio, que na verdade tratava-se de um antigo museu já fechado há muitos anos. Adentrando lá, John vislumbrou as obras lá presentes, surpreendentemente intactas. Avistou uma enorme porta, e abriu-a com as duas mãos, realizando uma entrada triunfal. Finalmente ficou cara a cara com o "novo Deus da Morte", que estava sentado em um trono feito de pedra.

- Presumo que seja aquele que eu estava esperando desde o dia em que pisei nesta terra imunda. - disse Brakmor, encarando John com o vermelho de seus olhos repletos de sede de poder.

- Exatamente. Espero que nossa parceria dê certo senhor "Destruidor de mundos", pois quero muito fazer negócio.

                                                               CONTINUA...

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