Monstro no final do livro


Parte I 

Bem, antes de iniciar este relato - aliás, ir para o que realmente interessa -, devo ressaltar que ainda não faço a menor ideia de como ou porque consegui escapar. Foi algo surrealmente doentio. Simplesmente não entendo. Tudo bem, eu até sei que há forças presentes neste mundo que dilaceram a compreensão humana, mas o que vi não possui explicação... essa minha maldita curiosidade quase custou a minha vida. E não quero que você, que pode estar lendo esse relato de um sobrevivente do bizarro, morra com sua curiosidade em saber o que houve.

Enfim, direto ao ponto (ou nem tanto). Na minha casa há um porão, no qual apenas meu pai costumava entrar vez ou outra, geralmente nos fins de semana. Absolutamente ninguém na casa (eu, minha mãe, minha irmã e meu avô) sabia o que tanto ele fazia lá dentro. Teve um dia, durante a madrugada, que saí furtivamente do meu quarto somente para adentrar naquele porão. Por sorte, nenhum som pôde ser feito por mim até chegar lá. Ao entrar, a poeira ascendente me fez um "comitê de boas-vindas". Coloquei minhas mãos no meu rosto enquanto dava pequenos espirros.

Havia uma TV bastante velha, posta em uma cômoda igualmente antiga. Um monte de quinquilharias e só. Vasculhei o local inteiramente, mas não encontrei nada estranho - só aquela lâmpada em mal funcionamento que piscava sem parar, me deu um pouco de medo. No entanto, a última descoberta chamou mais minha atenção. Era um baú, completamente empoeirado, e sem fechadura. Claro que pude abri-lo facilmente, e logo encontrei um livro... somente um livro grosso e de capa dura.

Eu o guardei comigo - colocando por baixo da camisa - e saí do porão rapidamente, pois já estava me desesperando ao pressentir alguém se aproximando. No dia seguinte, meu pai me chamou, logo pela manhã, para conversar em particular. Era como se ele soubesse que eu estava pensando em pegar o livro. Ele me exigiu explicações acerca disso. Logicamente, confessei ter entrado escondido no porão e pego o livro, na noite anterior, sem sua permissão. Não parecia surpreso, tampouco bravo.

Terminamos a conversa com ele sussurrando no meu ouvido as seguintes palavras: "Jamais leia este livro em voz alta. Muitos desavisados morreram por causa da história nele contida".

Respondi com um fraco "OK". O dia seguiu normalmente. Meu pai me permitiu ficar com o livro guardado no meu quarto, mas abri-lo estava fora de questão. O mantive longe do alcance de minha irmã mais nova (8 anos), que costumava frequentemente entrar no meu quarto, sem pedir permissão. Na noite do tal dia, fui tomado por uma vontade imensa de abrir a última gaveta da minha cômoda - que era onde estava guardado o livro. Ordenei à mim mesmo: "Não. Você não vai desobedece-lo".

A gaveta possui uma tranca, todas as outras também. Cada chave guardava em pontos diferentes do quarto, que só eu sei, claro. O livro tinha uma fechadura. Reparei nesse detalhe quando o peguei pela segunda vez no dia seguinte. Mais uma vez fui ao porão escondido, mas desta vez foi durante à tarde. Para minha felicidade (ou não) encontrei a bendita chave. Tomado por uma curiosidade incontrolável, não hesitei em abri-lo.

Uma nuvem de poeira cobriu de cinza meu campo de visão. No livro haviam páginas amareladas e fediam um pouco. Algumas páginas eram completamente preenchidas por palavras, outras somente mostravam figuras macabras e símbolos desconhecidos. Meu palpite: um livro de bruxaria. Ou talvez apenas amaldiçoado. Fiquei pensativo por minutos... até ouvir um grito horrendo, vindo da sala, ao que parecia.

Era a minha mãe. Estava fortemente trêmula. Ela havia voltado da casa da sua amiga, que mora na vizinhança da frente. Lágrimas escorriam incessantemente no seu rosto. Vim correndo trazendo o livro aberto e lembrei do meu pai. Me escondi na parede, afinal ele estava em casa, especificamente na sala, amparando minha mãe.

Enquanto ele perguntava para minha mãe o que tinha acontecido, fiquei passando as páginas do livro, sem ler uma palavra sequer, e no final... bem, estavam faltando três páginas. "Merda", pensei.

Voltei ao porão e iniciei uma busca desesperada pelas três páginas restantes. Sem sucesso, como já esperava. Ao voltar para meu quarto, a fim de guardar o livro, vi que meus pais tinham saído, mas deixaram a porta entreaberta. Escutando umas vozes, fui para fora saber o que ocorreu, após guardar o livro na gaveta.

Viaturas da polícia cercavam a casa da amiga de minha mãe. Perguntei à eles o que houve, e falaram que uma garota foi assassinada brutalmente. A filha da amiga de minha mãe. Após os policiais terem finalmente ido embora, esperei cerca de duas horas, mais ou menos, para fazer minha própria investigação. Na sala de estar, bastante sangue impregnado no chão.

O susto maior veio em seguida. Perto duma mesa, próxima à janela, vi três folhas de papel...

Eram as páginas do livro! Nelas continham figuras de seres esquisitos e bestiais, com algumas palavras abaixo. Fui até o quarto... e quase infartei.

Nas quatro paredes daquele quarto estavam escritas, com sangue, o que pareciam ser trechos das páginas.

Eu não deveria ter lido! 


CONTINUA... 

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