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Mostrando postagens de setembro, 2015

Crítica - No Olho do Tornado

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Divulgação: Warner Bros. Pictures FICHA TÉCNICA: Direção: Steven Quale Produção: Todd Garner Roteiro: John Swetnam Gênero: Ação, Aventura, Drama. Distribuição: Warner Bros. Pictures Duração: 89 min. Ano de lançamento: 2014 Bem, não é uma volta definitiva das reviews cinematográficas, mas cá estou, novamente e excepcionalmente neste dia, com mais uma crítica. Há tempos que não vejo filmes-catástrofes. Lembro-me - muito vagamente, por sinal - do último ter sido "2012". Sim, estou falando daquele exagerado e equivocado longa cujo enredo descaradamente pegou carona naquela profecia apocalíptica estúpida que, claro, não se concretizou. Pois bem, estava eu em mais uma de minhas zapeadas pelos canais da TV e deparei-me com um título que chamou minha atenção logo de imediato. Na época do lançamento de "No Olho do Tornado" ( Into The Storm , no original), fiz pouco caso do filme e da sua premissa. Confesso que o único filme-catástrofe que chegou a me agradar

Apenas deixando passar...

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Obstinação excruciante. Planos jamais concretizados. Vivestes cercado por um muro construído pela mente, vítima dos constantes sopros dos fantasmas da indecisão. Olho pela janela... vejo vidas passando, o tempo avançando, o relógio acelerando, o sol indo embora, a mãe-escuridão dando à luz à lua novamente, o frio da madrugada acometer-me através dos ventos, a luz do alvorecer tomando teu retorno... O ciclo incessante do viver insistente. Quantos dias se passaram? Alguém tem de me responder. Não sei se foram semanas, meses, anos... Preciso saber por quanto tempo passei estagnado neste mesmo ponto no qual me encontro... A inércia corrói minhas visões futuras. Um sonhador culpado por seu deslize e vitimado pela rapidez do tempo, que não consegue abandonar a lentidão de suas iniciativas... que nunca chegaram a brotar nesta terra infértil e desértica. Apenas deixando passar em segundos... tudo que podia-se fazer durante toda uma vida.

Inconquistável

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Desejei trocar de lugar com este ser estranho que apresenta-se zombeteiro neste infame reflexo. Quão longe sua mente pode ir enquanto você ilude-se a si mesmo à beira da loucura? Ele não pode me ouvir. Eu não posso toca-lo. Separados por esta fronteira de vidro, com uma proximidade cruelmente surreal, ambos se encontram em mundos distintos, aguardando alguma conclusão, um findar inesperado... Estamos tão distantes. A face monstruosa diante da que você imagina que os outros possam ver. Ele não é você. Você não é ele. Jamais serão unificados. O prazer é fugaz. A satisfação torna-se obsoleta em frações imperceptíveis de segundos... Enquanto ele sorri, você só quer apenas cerrar o punho para dar fim àquela mentira cretina colocada à sua frente, mesmo que cacos espetem em seus dedos o fazendo sangrar. Separados por dois mundos. O anjo curvando-se ao demônio. A revelação de que nem todos os opostos se atraem. Mais deles eu verei enquanto caminhar por entre lugares povoad

Capuz Vermelho #19: "Dilema"

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CAPÍTULO 19: DILEMA A luz trêmula da lanterna banhava aquela pilha de corpos dissecados, naquele pequeno cubículo imundo. Josh, com o cenho fortemente franzido e o olhar apavorado, mantinha a mão quase fixa nas narinas ao se ver refém de um odor insuportável. Durante seu contato com Eleonor, o jovem caçador adquirira ciência da enorme possibilidade de deparar-se com situações das quais ele estaria extremamente desacostumado. A moça havia lhe fornecido todas as informações necessárias, bem como o risco que a missão exigia. Tudo o que mais desejara era desvencilhar-se de um medo irracional, a pedra no meio de seu caminho que o tornara impressionável demais para os padrões de um futuro profissional daquele ramo ainda que em fase inicial de treinamento. Eleonor, no meio da ligação, sentira a força de vontade do garoto em se entregar abertamente à algo novo... fazendo com que Josh visasse com mais clareza sua mais poderosa ambição: O progresso rumo à ingressão na Legião dos Caçadores

Contos do Corvo #8

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Naquela noite, o corvo postava-se sobre uma lápide mais distante, silenciando-se rapidamente após mais uma história relatada. O ouvinte em questão naquele instante era a menina, sentada na úmida terra de pouca grama do mórbido local. A garota, ávida e admirada pela maneira da ave de contar os casos estranhos que provavelmente presenciou, fitava-o por minutos a fio. - Nossa... agora fiquei curiosa pra encontrar essa boneca. - disse ela, pensativa. - Eu a compraria, sem medo. - Sério? - o corvo estava incrédulo - Na certa, se juntaria à elas. Não pense que seu destino seria diferente. - Eu acharia divertido. - disse, despreocupada. - Só pra ver o mundo de outra forma... ter uma vida diferente. - Entendo. - disse o corvo, visivelmente desinteressado. - Quer ouvir mais outra? - perguntou, de modo apressado. - Uma breve sinopse antes seria bem-vinda. - exigiu a menina, em um tom mais crítico. - Ué, que papo é esse de sinopse? Uma palavra nova que você aprendeu hoje na escola?

Sonhos

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Oh, por favor, mentira sedutora, tenhas dó desta pobre alma deambulante que somente quer vivenciar um pouco da verdade que tu escondes. Por que insiste em cegar-me com estas falsas memórias? Aliás, falsas vivências... que nada mais são do que devaneios regados de ilusão, hipnotizadores esperando sua vítima sucumbir ao mundo que eles desejam que você veja. Resvala-se rumo ao despertar, a alma falsamente empertigada. O sobressalto leve vem com um arranco. De volta ao mundo em que nascestes. Tentando, indefinidamente, ligar os eventos ocorridos no lugar onde estava... Sobram-se apenas restos. Vagos, quase nulos. Restos de pessoas que você nunca irá tocar ou ver. Restos de momentos que nunca tornarão a ocorrer. Restos de uma vida que você nunca terá. O acordar precede a melancolia. A mentira que brota da própria mente - até que se permita por inteiro - castigará todo e qualquer desejo provindo dela mesma... É aí que se entende, da pior forma, que sua psiquê nervosa

Silêncio

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E a voz que antes gritava por clemência, por fim, cala-se. Vertigem vagarosa. Queda iminente. Inexorável realidade. O corpo atrofia em uma pesarosa lentidão. Os milésimos, segundos, minutos e dias escapam pelos dedos como meros grãos de areia... levados sem rumo pela brisa fria... fria como este corpo. Para quê continuar expelindo palavras que não alcançam aqueles que você esperava? Fechando-se no exíguo vácuo, o corpo tomba em declínio, sem afinco, até desintegrar-se por inteiro... Sem mente... sem corpo... sem alma... O que resta? Quão frágeis somos mediante à efemeridade implacável desta vã passagem a qual todos são compelidos a seguir. A sinfonia lúgubre tocada momentaneamente sobre a terra úmida na qual reside os ínfimos resquícios de um ser cuja matéria tornou-se a inexistir. A melodia deixa de se propagar e o silêncio toma seu retorno... Fixo e impenetrável.