Crítica - Dragon Ball Super (episódios de transição: 68 - 76)

Bills e uma de suas muitas caras e bocas
Toei Animation.
Longe de ser uma review desnecessária - aliás, uma compilação de reviews -, ela é parte do lance diferenciado que resolvi fazer. Explicando melhor: Na resenha do ano passado que escrevi sobre o arco do torneio entre os Universos 6 e 7 eu atei com a micro-saga do planeta Potofu, tudo cabendo num só post, em virtude também do menor número de episódios em relação à parte que compreende o arco 5 e os nem tão adorados episódios de transição (a saga de Trunks do Futuro possui 21 episódios, até então a mais longa, superada recentemente pelo Torneio do Poder). Por conta da quantidade de episódios, aliado à carga de informações que só a saga Black/Zamasu/Trunks do Futuro traz e por isso merecia comentários maiores, precisei fazer essa divisão, dedicando um único post ao arco supramencionado e deixando outro somente para os 9 episódios que nada mais são do que histórias isoladas e que em pouco ou nada agregam ao conjunto da obra. A bem da verdade, os episódios de transição podem parecer dispensáveis (como fillers), mas a razão para existirem não vai nada além de dar tempo aos produtores em planejar, organizar e preparar os elementos que irão compor o próximo arco principal. Sendo assim, eles, gostando ou não, são um "mal" necessário.

Como eu não costumo dar tanta importância a episódios do tipo, os comentários aqui serão menores, porém decidi resenha-los porque meu TOC não permite que deixe faltar. É como largar um quebra-cabeça sem encaixar as últimas peças, dando uma sensação insuportável de incompletude. E acho que mesmo sem TOC eu escreveria sobre esses episódios porque meu amor por Dragon Ball falaria mais alto, ainda mais nesta sequência onde os fãs foram brindados com referências bem bacanas, porque se Super usa uma muleta para compensar suas falhas, ela atende por um nome: Nostalgia.

AVISO: As críticas abaixo contém SPOILERS.


Episódio 68: "Apareça, Shenlong! Quem terá o desejo realizado?!"

Em se tratando de não agregar em nada ao cânone ou que quer que seja à algum aspecto do anime, este episódio leva a medalha de ouro na categoria encheção de linguiça. Uma divergência entre quem deve ter os dois últimos desejos realizados (lembrando que são dois desejos dos três originais da última vez que chamaram Shenlong, lá na saga Batalha dos Deuses). O egoísmo de alguns personagens se mostrou nítido, tendo apenas Goku o único pedido realmente prestativo e humilde que era reviver o senhor Kaioh, dito como uma promessa. Foi difícil não concordar com a Nº 18: Não faz diferença alguma Kaioh estar vivo ou morto. Ele que espere na próxima. E Bulma, cagando e andando para as regras, insistiu e persistiu na criação de uma nova máquina do tempo. O ponto alto do episódio foi Bills destruindo a máquina inacabada e o cristal que serviria como combustível para ela. Quanto ao Kaioh... Não minto ao dizer que torci por sua ressurreição e deu uma peninha dele no fim. Em linhas gerais, foi um episódio com ritmo estável, mas bobo... bem bobo.

NOTA: 6,0 - REGULAR 😑

Veria de novo? Provavelmente não.


Episódio 69: "Goku vs. Arale! Uma batalha insana vai acabar com a Terra?!"

E o crossover com Dr. Slump fez ir embora aquele gosto de água com salsicha deixado pelo episódio anterior, em uma condução bem divertida estrelada pela carismática (e apelona!) robô Arale. Super, ainda que nos mínimos detalhes, anda explorando certos seguimentos nunca vistos antes na série (como exemplo cito as lutas ambientadas num cenário noturno, algo que não lembro de ter visto no clássico ou no Z), e aqui não foi diferente, por estupidamente curto que tenha sido. Goku com penteado diferente e de terno como segurança foi engraçadinho, bem que poderia ter ficado desse jeito em 90% do episódio, pelo menos até a batalha contra Arale. Mas nada foi mais impagável do que Vegeta com aquele terno remetendo à aparência de um pastor religioso e sua risível derrota para Arale, fazendo ele riscar personagens de gag mangá da lista de adversários a enfrentar (se é que há uma, mas enfim...). Pouco conhecia desse universo maluco de Dr. Slump e valeram as impressões que tive dessa turma. Episódio recheado com o puro creme do nonsense, embora convença na proposta. OBS: Eu ri na parte em que Arale chama o Bills pra brincar como um gatinho de estimação, sem a menor noção do perigo.

NOTA: 8,0 - BOM 😃

Veria de novo? Sim. 


Episódio 70: "O desafio de Champa! Dessa vez lutamos com o beisebol!" 

Outro episódio para não se levar a sério. O início me soou repentino, a ideia que seria o fio condutor do enredo. Foi tipo: "Oh, legal, vamos decidir uma revanche contra o Universo 6 numa competição bem interessante que os terráqueos fazem! A gente não tá fazendo nada mesmo, então vamos medir forças e ver qual é o melhor universo num jogo esportivo!!". Porque num torneio não foi o bastante. E como os Deuses da Destruição são ranhetas hein? Bills desejou a restauração da Terra do Universo 6, mas as picuinhas entre os dois irmãos não cessam e, claro, não se esperava que fossem parar em uma partida super competitiva de beisebol. Sorte que Whis e Vados estavam presentes (inclusive ficaram engraçados com aquelas roupas) para dar uns puxões de orelha nessas duas crianças baderneiras. Dividindo o brilho da rivalidade entre Bills e Champa (ingrato), tivemos Yamcha e aquela referência gostosa de se ver com o personagem, após marcar um ponto, realizando uma posição similar a qual fez depois de ser explodido com um Saibamen. Portanto, esse episódio foi dele, o guerreiro Z preterido. Vitória do Universo 7... novamente.

NOTA: 7,0 - BOM 😃

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Episódio 71: "A morte de Goku! A missão de assassinato garantida!" e Episódio 72: "Haverá contra-ataque!? O golpe invisível da morte!" 

Muitos, inclusive eu, imaginaram que Goku estar com a cabeça a prêmio numa missão de assassinato a ser executada por Hit (melhor personagem do time do sexto universo já criado, ressalto) e sob encomenda de alguém misterioso era a premissa de um novo arco principal. Ledo engano. É a partir daqui que começam os mini-arcos duo, pequenas tramas encaixadas para no máximo dois episódios.
Dentre todos os de transição, estes foram os episódios que causaram certo mal-estar. A começar por ecos do rechaçado episódio 05 na revanche entre Goku e Hit - numa missão que Vados o fez acreditar ser oficial. No geral, esteticamente, ambos os episódios se saíram decepcionantes. No fim de tudo, é revelado que o próprio Goku contratou Hit para o segundo round, pedido este que passou para Whis que passou para Vados e, por fim, à Hit que não foi à Terra brincar em serviço, como o assassino diligente que é. Eu só achei muita forçação de barra Goku disparar um raio de ki ao céu após receber o golpe mortal de Hit e minutos depois ele voltar e cair diretamente no ponto onde o ataque foi desferido, "milagrosamente" ressuscitando-o como se fosse um desfibrilador improvisado. Não pareceu natural, tampouco criativo usar rajada de ki como recurso para esse tipo de coisa. Sério, Toei... menos, por favor.

NOTA: 5,0 - RUIM 😦

Veria de novo? Não. 


Episódio 73: "O infortúnio de Gohan! Um filme inesperado do Grande Saiyaman?!" e Episódio 74: "Pelos que ele ama! O imbatível Grande Saiyaman!"

E enfim Gohan se torna foco! Ele vai mitar! Mas... pera aí! Ah, sim... é apenas o heroísmo cafona do Grande Saiyaman, prestes a fazer o saiyajin mestiço mais adorado do fandom a atingir o "ki dos super-heróis". Tudo bem, falando sério agora: Em parte, foi uma boa ideia dar um chazinho de sumiço em Goku, Vegeta, Bills, Whis e cia e explorar mais aprofundadamente o lance de um filme do alter-ego do filho medíocre de Son Goku ("apelido" que pegou entre os fãs heheh). Fazer esse núcleo conectar-se ao de Jaco - afinal quem é ele pra chamar alguém de medíocre quando deixa um criminoso escapar? - foi bem acertado e o resultado final veio na forma de um clímax aceitável. Videl até demonstrou resquícios tímidos de sua antiga personalidade, aquela garota pavio curto e durona dos tempos colegiais, em duas cenas, especialmente na descoberta da "pulada de cerca" do marido que teve um beijo roubado por Coco, a donzela em perigo do filme. Barry Khan, o astro do filme, me pareceu um Sharpner (para quem não lembra, é aquele cara loiro que estudava na mesma sala que Gohan e Videl e tentou descobrir a identidade do Grande Saiyaman lá no Torneio de Artes Marciais da saga Boo) dez vezes mais cismado e nariz empinado. Para quem sentia falta dos músculos parrudões, Barry possuído pelo criminoso Watagashi - conveniências de roteiro - foi um prato cheio. Por falar na possessão, o ápice trouxe umas lembranças que sugeriam uma referência à uma transformação bem conhecida, quem assistiu com certeza associou logo de cara. Particularmente, achei meio zoado Gohan aceitar ser dublê do filme do seu próprio alter-ego real, mas é compreensível por conta de manter a identidade secreta e tudo mais. Não foi nenhum primor de trama, mas cumpriu dentro do que prometia.

NOTA: 7,0 - BOM 😊

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Episódio 75: "Goku e Kuririn de volta aos treinos das antiga!" e Episódio 76: "Derrote esses inimigos aterrorizantes! O espírito de luta de Kuririn retorna!"

Definitivamente, nostalgia é a palavra que resume estes dois episódios. O protagonismo voltou-se para o melhor amigo de Son Goku em um árduo redescobrimento de seu valor como artista marcial. Nada melhor do que redespertar esse espírito lidando com o passado. Até mais do que reaprendizado, foi uma tarefa para superação. Goku necessitava de alguém para treinar. E quem melhor para suprir esse anseio? O carequinha (nessa hora ainda não tinha voltado a ser) que cresceu ao lado do saiyajins criado na Terra, afastado dos treinos exercendo seu dever como policial. Foi preciso um tiro de raspão e um comentário de sua filhinha Marron para motiva-lo a ir em frente na jornada para voltar às lutas. Como esperado de Kame, o prêmio do treinamento, que é coletar uma erva paradisíaca que é fonte para manter a força do velho, nada mais é do que ensinar uma nova técnica que aumenta o ki. Goku, claro, cai na balela feito um patinho. Kuririn estava mais interessado mesmo era em provar seu valor à esposa e filha. Na ilha, Goku, mais uma vez, deu um show de lerdice ao dizer que não havia como Vegeta estar ao lado de Nappa. Um dos pontos que vem me irritando em Super é essa idiotização do Goku. Mas vamos à Kuririn, porque ele foi a estrela, o dono da porra toda. Quem é exposto à erva acaba tendo ilusões com seus piores medos. Sendo assim, a dupla encara "fantasmas" de inimigos que deram trabalho no passado - Nappa, Dabura, Tamborine, Piccolo Daimao, entre outros. Gostei bastante de a cada tentativa de escapar do Kuririn, era um flashback sobre um momento terrível que o guerreiro viveu nas mãos deles, em especial, óbvio, Freeza, que se multiplicou para o tormento dele, por ele ser responsável pela sua morte que mais o aterroriza. Dois episódios para os saudosistas e que ofereceram o merecido destaque a esse querido personagem que é Kuririn. As participações de Vovó Uranai, nuvem voadora e Super Shenlong (mesmo ilusório) também valeram.

NOTA: 8,5 - BOM 😃

Veria de novo? Sim. 




Reviews dos arcos Deus da Destruição Champa e Planeta Potofu:

http://universoleituracontoscreepys.blogspot.com.br/2016/09/critica-dragon-ball-super-arcos-3-e-4.html

Edição do Baú Nostálgico dedicada à fase Z:

http://universoleituracontoscreepys.blogspot.com.br/2016/08/bau-nostalgico-3-dragon-ball-z.html

Minha opinião sobre a quantidade de episódios de Dragon Ball Super:

http://universoleituracontoscreepys.blogspot.com.br/2017/05/dragon-ball-super-merece-ir-alem-de.html

E minha opinião sobre reaproveitamento de cenas no anime:

http://universoleituracontoscreepys.blogspot.com.br/2017/07/escarceu-contra-reciclagem-de-cenas-em.html



*A imagem acima é propriedade de seu respectivo autor e foi usada para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagem retirada de: https://myanimelist.net/forum/?topicid=1575871


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