Crítica - Pokémon : Filmes (11-15)



E enfim a chego à metade da série de mini-críticas dos Pokémovies. Aqui, em mais cinco longas da franquia, seguimos e terminamos por Sinnhoh e começamos a jornada por Unova.

Confira minha sincera opinião sobre cada um deles:


Filme 11: Giratina e o Cavaleiro do Céu (2008)



Exalando ares sutis de Digimon como um pokéfilme acima da média.

SPOILERS abaixo:

Dando continuidade pela região de Sinnoh, geração Diamante e Pérola, a segunda aventura da trilogia apoteótica com os lendários da alta escala do pokéverso traz à tona novos desdobramentos que adicionam pesadamente para que entendamos essa vastidão expansiva que só faz bem á cinessérie no geral. Nesse caso, é explorada uma dimensão alternativa, distorcida e até então desconhecida, chamada Mundo Reverso, sendo a mesma governada por um único habitante, o lendário e fodástico Giratina - ele pode transitar entre as duas dimensões -, completando-se, assim, a apresentação da trindade da criação. A escolha de Dialga como um oponente ao seu "irmão" me pareceu um tanto aleatória, embora em nada comprometesse, afinal não tinha como ser um filme com enfoque num combate de três pois a trama, por mais conectada que pareça ao filme anterior, pertence a um só de modo, em grande parte, isolado. Fora que o lance de batalha "até o infinito e além" seria uma repetição que descontaria uns bons pontos. A história por trás de Giratina é curiosa e relevante à mitologia da série, justificando seu protagonismo em um longa-metragem para chamar de seu. O cerne do conflito não podia ser mais ou menos simples: disputa territorial. Se um faz baderna no quintal do outro, tem que botar pra correr na base da porrada. O que vi de interessante no longa é a progressão de desenvolvimentos que ele assume a partir do momento em que o prólogo explicita a ignição da história. A peça importante dessa ignição é o pokémon Shaymin, que, por sinal, não é conduzido de maneira a fazer uma divisão de destaque equilibrada com Giratina, consequentemente fazendo a sua fofura e carisma dominarem os dois primeiros atos partindo do instante em que ele cruza o caminho de Ash, Dawn, Brock e os demais pokémons. Dos conceitos reciclados apenas temos: A perseguição do vilão aos heróis na transição entre primeiro e segundo ato e o vilão humano com plano mirabolante e sem muita profundidade. Zero não foge ao padrão com um antagonismo que beira ao ridículo de tão unidimensional e isso não diminui quando ele assume as rédeas do terceiro ato na captura de Giratina para o seu mega-plano que se resume a reinar em absoluto no Mundo Reverso. Aí pergunto: Que sentido isso faz? Ele só quer sentir o gostinho do poder. Nunca pensei que encontraria um vilão pior que Giraldan do segundo filme. Toda aquela tecnologia futurística para um objetivo tão insosso?! Proteger o Mundo Reverso do Mundo Real?! WTF? Por essas e outras que Bisashu (filme 04) ainda manda no quesito melhor vilão humano. Felizmente, no clímax, Giratina, ao lado de seu captor, obtêm as atenções onde vai se progredindo a condução relativamente épica que essa parte tanto necessita e que tem adequação sustentável. Em dados momentos, esse filme pareceu dois. Shaymin queria ir ao Jardim das Flores (sua relação com Ash dá o tom divertido, diga-se de passagem). Giratina estava na mira de um vilão que só vê o copo meio cheio (ou meio vazio) que queria usa-lo como artifício (novidade?) para extrair suas forças no seu plano de dominação. O personagem Newton tem associação com Zero, seu ex-aprendiz, e uma decisão do passado ajudou a completar a obscuridade no coração de seu ajudante. O aprendiz de hoje pode ser o vilão de amanhã. Gowasu e Zamasu que o digam. Enfim, tivemos de tudo um pouco: pokémons trabalhando em conjunto (em especial no terceiro ato que se ambienta tanto no Mundo Real quanto no Reverso em dois conflitos distintos - Zero vs. Giratina e a aquela geleira que se movimentava em direção a uma cidade, evento influenciado pelo enfrentamento principal), pokémon lendário falante, despedida emocionante, quase-morte, remédio milagroso, destruição (engraçado que a nave de Zero ligeiramente lembra um pouco a de Giraldan) e etc, etc, etc. As performances de Shaymin e Giratina, cujos laços se estreitam como esperado, até promoveram um ar de Digimon. Tipo, Shaymin evolui temporariamente a sua forma celestial e Giratina torna as batalhas muito recordadoras do que a série dos monstrinhos digitais oferece. Eu posso ter feito aqui uma comparação muito besta, mas foi uma das coisas que extraí com facilidade do filme.

PS1: Não lembro de um outro pokéfilme com tão poucos personagens em cena. Contudo, a trama desse décimo-primeiro chega perto do nível de Alma Gêmea em exploração e o número de personagens em nada interferiu na grandeza da trama. Ponto positivíssimo.

PS2: A participação de Regigigas me soou tão, mas tão gratuita. Que lugar com fachada arqueológica é aquele de onde ele desperta e sai? Ele é o guardião-mor daquela área? Ficou muito jogado.

PS3: Ficou a sensação do longa girar em torno do Shaymin, mas isso é apenas efeito do carisma desse pokémon com vozinha de criança-bebê. Esse filme é de Giratina. Shaymin não passou de um elemento essencial para a carga dramática. Até bateu a saudade quando ele se reuniu aos seus confraternos em um bem ritmado show de pétalas esvoaçando .

PS4: Paleta de cores praticamente igual a do filme anterior. Em compensação, efeitos muito bem enquadrados. A parte técnica não deixou a desejar, ficou na medida, sem exagerar e sem baratear tanto a ponto de transparecer um mero episódio prolongado - coisa que esse filme está longe de ser.

PS5: Brock ficou sobrando DUAS vezes no mesmo filme! Tudo bem que ele é meio apagadinho, fala umas obviedades, não é muito inteligente e quase não tem muita atividade nos longas, mas nesse aqui pegaram pesado, fizeram questão de deixar o companheiro mais duradouro de Ash Ketchum chupando dedo em dois momentos importantes. Nem estou reclamando pois a cena em que Ash e Dawn sobem naquele planador (?) para irem resgatar Giratina e acabam "esquecendo" o Brock foi a que eu mais ri. Ele precisa abrir bem os olhos para a realidade... e isso foi uma piadinha muito ruim.

NOTA: 9,0 - ÓTIMO

Veria de novo? Com certeza.


Filme 12: Arceus e a Joia da Vida (2009)



O filme que fez Ash zerar a vida como um verdadeiro amante do mundo em que nasceu.

SPOILERS abaixo: 

Por que enfatizei logo o Ash na linha de introdução dessa crítica? Bem, primeiramente porque não faço ideia de por onde começar a falar de Arceus e a Joia da Vida. Vou tentar... O big-boss do pokéverso finalmente dá as caras no longa que encerra a trilogia e como tal é o maior conectivo entre todos eles. O ápice da batalha lendária chegou ao mundo dos humanos e é testemunhado pelo treinador pokémon absurdamente mais sortudo de todos. Esse filme teve basicamente tudo o que se viu nos demais anteriores, mais um pouco, porém menos Ash pegando uma carona em Arceus. Ele também não foi o salvador da pátria e surpreendentemente foi reconhecido como um. Aliás, Ash foi um propulsor de solução, mas numa escala baixa comparado ao personagem - falsamente antagonizado - Damos e o próprio fucking-god-Arceus. Injustiça com seu "escolhido", Damos, mas não tira o mérito dessa belezura de pokéfilme que verdadeiramente superou minhas expectativas em 100% dos aspectos que compõem todo o conjunto narrativo. Cito o maior elemento-surpresa e ao mesmo tempo chave para o desenrolamento dos nós: A viagem no tempo. A pluralidade de conceitos foi tanta que quase me perdi na captação de inícios e fins de atos. Este longa cumpriu sua obrigação clara de ser supremo em prol do aproveitamento da estrela lendária que dispensa muitos comentários. Uma mistura leve de ingredientes de suma importância que engrandeceram os três filmes de maior nota na minha honesta opinião, e que foi muito bem servida em um prato delicioso. Viagem no tempo (4), trama expansiva (7) e aprofundamento da mitologia (11). Tudo isso em um trabalho sincrônico e efetuando uma fluidez autêntica, ela consegue te prender ao filme e a direção ágil dos acontecimentos favorece bastante. No começo do primeiro ato tivemos o de praxe: uma pausa para ficar de boa na lagoa, uma batalha pokémon embalada por música - com dois personagens jogados ali exatamente para esse momento - e, enfim, o chamado para a aventura com a apresentação dos personagens exclusivos aliado ao limiar do conflito - ou pelo menos uma amostra de feliz coincidência resumida em vórtices como preparativo para o despertar de um enfurecido Arceus. Algo interessante a ser notado: O primeiro ato parece subdividir-se. Da rápida luta entre Dialga e Giratina no lago até a chegada de Arceus para reivindicar o artefato em jogo (reciclagem aqui isenta de reclamações), a Joia da Vida, eu contei, ao menos, uns três sub-atos (1.1, 1.2 e 1.3), isso descontando os momentos de diversão de Ash e cia. Senti uma ponta de Dias de um Futuro Esquecido, no que diz respeito a voltar no tempo para corrigir o futuro. E durante o segundo ato fiquei a suspeitar de como fariam para explorar possíveis consequências dessa mudança. Grécia Antiga. Damos - que tem uma química em cena satisfatória com sua descendente Sheena, com a qual compartilha um dom natural de se conectar aos corações dos pokémons -  vive em Michina, uma terra sofrida pela seca. Após conhecer Arceus quando o mesmo salvou a Terra de um meteoro, o pai dos pokémons lhe confere a Joia da Vida formada a partir de 5 das suas 16 placas de vida e de brinde uma promessa de fertilizar o terreno mas dando um prazo de devolução do objeto (em um dia de eclipse solar). Se eu não tivesse lido a sinopse antes, teria ficado empolgado além da conta pelo plot twist sobre o real vilão. Apenas um "mal-entendido" gerou a fúria e a descrença de Arceus pelos humanos, enfim não dá para falar de algumas coisas essenciais e brilhantes senão isso aqui foge à proposta. É o pokéfilme com a segurança de roteiro mais forte até aqui. É a confiança entre Deus e o homem sendo posta à prova numa relação que transcende a superficialidade de mestre e discípulo do ponto de vista de um simples treinador com uma ambição, francamente, supérflua. Sem problemas a linha alternativa de Sinnoh terminar aí, ou, mais além, a própria cinessérie terminar aí. Mas aqui trata-se de Pokémon e uma coisa é certa: há muitas outras ramificações lendárias de igual importância ao fascinante trio da criação (coadjuvantes bem auxiliares aqui). Chegamos ao topo dessa montanha e o ar até agora está rarefeito porque foi, sem dúvidas, de arrancar o fôlego.

PS1: Agora Ash petrificado e Celebi morto ganha um concorrente: Pikachu apagado da existência. Aliás, essa consequência da viagem temporal foi muito bem colocada, idealizada e executada no instante correto.

PS2: Qualidade fílmica em efeitos e paleta de cores em uma história que deve ser de longa-metragem a gente vê por aqui. Antes tarde do que nunca - também pudera, é o Arceus car****!.

PS3: Reparei no easter-egg com Chikorita, Cyndaquil e Totodile reunidos numa auto-referência ótima à Johto durante a primeira despedida de Arceus (passado).

PS4: Pokémons eram chamados de "criaturas mágicas" nos tempos antigos. Bom saber. Mas é estranho que Sheena chame assim em plena era das pokébolas.

PS5: Uma dúvida: Marcus teria morrido soterrado? Ele não foi mais visto e nem mencionado quando tudo começou a desmoronar após Arceus reaver sua confiança nos humanos - e salvar Ash e sua turma da morte certa.

PS6: A política de pokémons-objetos e escravizados por humanos egoístas. Fiquei só imaginando o rage do Mewtwo...

PS7: Gostei do inesperado epílogo nos créditos mostrando os desfechos de cada um dos personagens que participaram dos dois filmes anteriores. Não podia faltar, claro, a sempre ilustre presença de Darkrai.

PS8: O filme só perdeu a chance de fazer Arceus ditar uma lição importante à Ash para ele levar até o fim da vida (se tiver um fim, porque o garoto não cresce um centímetro): Para ser um Mestre Pokémon não basta levar adiante uma ambição egocêntrica e sonhadora para meras competições, pois o que se leva em conta é o conhecimento e experiência adquiridos com o tempo em que sua adaptação e paixão pelo mundo pokémon se tornam as maiores razões de sua vida.

NOTA: 10,0 - EXCELENTE

Veria de novo? Com certeza. 


Filme 13: O Mestre das Ilusões, Zoroark (2010)



Johto e Sinnoh se encontram num encerramento bacana à geração Diamante e Pérola.

SPOILERS abaixo:

Cheguei ao final de mais uma jornada nesse pokéfilme que em análise superficial eu dava como morno e, com isso em mente, temi que fizesse reciclagens na mesma proporção ou pior do que o nono filme. Quebrei um pouquinho a cara, para a minha alegria. Em primeiro lugar, esse quarteto de longas da ótima geração Diamante e Pérola manteve um padrão de animação praticamente inalterável. Particularmente, não percebi quase nenhuma variação no filtro, ao contrário dos demais anteriores onde cada filme, em grande parte, aparentava ter sua própria paleta de cores para melhor casarem com suas histórias. Estupidamente óbvio que a trama envolvendo o espetacular Zoroark, que faz jus ao subtítulo que o filme carrega, não superaria a de Arceus em nenhum nível ou aspecto, por isso achei até um pouco incompreensível este ser o último longa. Sem problema algum poderia ser o primeiro, deixando a trilogia dos titãs de Sinnoh seguir normalmente, diria que Arceus e a Joia da Vida até obteria maior impacto caso fosse a derradeira aventura de Ash por aquelas terras. Tem uns indícios dados por esse filme que me fazem querer considera-lo como de um universo à parte, o que elucida três universos. O anime, a maioria dos filmes e este filme em especial. Para quem não é ligado em sinopses muito "spoiladoras", a presença de Celebi deve ser uma baita surpresa. Aliás, seguiu além, exerceu um perfil de reforço para turbinar o enredo e justificar a motivação do vilão humano da vez, o persistente e quase-psicótico Kodai que deseja usar as ondulações do tempo de Celebi para fortalecer seu dom natural de prever o futuro. Tivemos um antagonista à altura de Bisashu? Só digo que finalmente sim! Esse cara foi odiável a ponto de quase estrangular o pobre Celebi, além de criar um showzinho de ilusões para tapear a população da cidade de Crown com os cães lendários de Johto. A impressão que tive foi uma sobreposição da trama de Celebi à de Zorua e Zoroark - ambos mantidos em cárcere privado por Kodai. A presença dos cães lendários reforça ainda mais o argumento de que inserir elementos de uma outra geração serviram para dar a engrossada no caldo que o drama da dupla fraterna de pokémons metamórficos não conseguiria por si só. E realmente não mesmo. Teríamos um filme raso e sem graça, com apenas uma direção e sem explorar detalhes "aos lados". O aprofundamento em Kodai, permeando o segundo ato, foi de grande importância, deixou o enredo melhor imergido na sua proposta com todos aqueles flashbacks, coisa que no filme 11 mal se viu e o vilão do filme ficou só naquele lenga-lenga repetitivo e unidimensional. E como Zoroark gosta de tocar o terror hein. Merecia maior tempo de tela porque seu nome carrega o fucking título do filme. Ainda assim, o roteiro soube tirar proveito do que ele é capaz e sua performance teve um bom saldo. Dá uma pouco de curiosidade em querer destrinchar o nicho desses pokémons. Esse pokéfilme foi bem fechadinho nele mesmo, assim como o oitavo, apesar de não suspirar nenhuma mensagem ou moral que enriqueça a complexidade do universo da série. A emoção sobrevaleu a razão nessa história que andou com uma muleta chamada Celebi. #adeusBrock. #partiuUnova.

PS1: Deu amnésia no Ash quando ele conhece o Zorua depois que evitam uma briga com pokémons valentões? "Eu nunca vi um pokémon assim antes". O garoto já viu Mewtwo, Lugia, Latias, Jirachi, Lucario, Shaymin e Arceus e diz que nunca sequer viu um pokémon falante? É o quê? Por essa e outras que julgo esse filme como desconectado dessa linha fílmica. Foi só a trilogia mesmo.

PS2: Kodai sendo humilhado e desmascarado para todo mundo ver foi previsível, mas delicioso - e merecido, ele maltratou o Celebi, caramba...

PS3: Outra pérola do Ash: Farejar como pokémons. Deu vergonha...

PS4: No epílogo com os créditos finais, apareceu ninguém menos que Paul, o melhor rival de Ash (quem é Gary perto desse mito?). Teria sim o mérito de participar de todos os filmes da geração, ao menos realizando algumas pontas. Ou melhor: preenchendo as cenas da Equipe Rocket que nesse filme não fez absolutamente NADA. Esse jeito serião e meio soberbo dele o torna interessante.

NOTA: 7,5 - BOM

Veria de novo? Provavelmente sim. 


Filme 14: Preto - Victini e Reshiram (2011)



As aventuras por Unova já se iniciam com traços épicos, tanto em estética quanto em enredo.

SPOILERS abaixo: 

Os filmes inéditos para mim param por aqui, ao menos por enquanto, pois os três longas que compõem esta 5ª geração já haviam sido assistidos em seus respectivos anos de lançamento pelo Cartoon Network (quando eu ainda tinha TV a cabo). Ou seriam quatro longas? A princípio, me confundiu realmente. Qual é o título desse filme, afinal? Branco ou Preto? Então, é este aí mesmo, graças a uma googlagem pude confirmar uma informação: há duas versões desse longa, com os lendários Reshiram e Zeckrom (ambos representam o bem e o mal ou a luz e as trevas, eu acho) executando papéis invertidos em momentos de grande relevância à história que possui como "estrela do meio" o adorável Victini que, como no nono filme, faz o tipo fofinho e é usado como artifício para o "vilão" (Damon merece muitas aspas). Como os acontecimentos são os mesmos e só o que muda é essa dinâmica de Yin e Yang da dupla lendária, escolhi o filme Preto com Reshiram servindo de carona para o Ash. Unova pode não emular o charme ou o brilho das gerações anteriores por sua variedade extravagante, apesar do filtro de animação estar muito vivaz, é uma nitidez que auxilia muito no acompanhamento deixando a experiência mais fluida, é um pró que vale tanto ao anime quanto aos longas. Inclusive, no longa em questão é um ponto positivo com maior funcionalidade. Do primeiro ao segundo ato, não dá sinal algum de conflito iminente, passamos por desdobramentos triviais como as batalhas pokémons (com música, claro) numa competição na cidade onde o filme vai se ambientar inteiramente, conhecimento parcial e gradual da trama, apresentação e desenvolvimento de personagens exclusivos e por aí vai. Citando como comparativo, Lucario e o Mistério de Mew. No primeiro ato a ignição do conflito já se manifesta transitoriamente ao segundo. O que não acontece nesse longa, embora não tirou nada do que se esperava de bom, mas não houve necessidade de enrolar tanto. Temos a história pequena com consequência grandiosa. Damon é descendente do Povo do Vale que viu sua terra ser prejudicada pela rivalidade entre dois homens bem influentes ligados à Reshiram e Zeckrom - aprisionados abaixo de um castelo na forma de esferas após o evento trágico que culminou na limitação de Victini. Após uma travessia longa, ele se une ao lendário Zeckrom. Ele é o vilão da trama... só que não. Damon é apenas um cara que apesar das boas intenções acaba fazendo uma merda gigantesca que, no terceiro ato onde a trama já mergulha direto ao ponto, obriga os dois pokémons a repararem. Um vilão incompreendido por usufruir dos poderes de Victini a conquistar seu sonho de restaurar o reino. Só achei que podeira haver uma explicação melhor para todo o lance da Força do Dragão, os pilares e o castelo. Sem problema Ash e cia fora de cena num determinado momento do segundo ato para atribuir maior destaque aos personagens intimamente ligados ao conflito. 90% do segundo ato poderia ter uma "flashbackzada" com riqueza de detalhes em vez de um resumo superficial. O terceiro ato salvo o filme do marasmo arrastado? Eficientemente, sim. O mínimo esperado, afina de contas. O desenvolver do duelo de lendários foi naturalmente bem conduzido e empolgante de certa forma. Não tinha lembrado do quanto as coisas iam ficando sérias, sobretudo quando o castelo chega na última camada da atmosfera com um Ash pressionado a ser o herói. Não foi dessa vez para o persistente (e meio lerdinho) parceiro de Pikachu. Lembra o "modus operandi" de O Pesadelo de Darkrai: Trama simplificada com execuções épicas. Reshiram e Zeckrom foram a cereja desse bolo com uma cobertura que ganha consistência até seu ápice.

PS1: Iris, que saudade! "Ai, que criancinha". Amo esse jargão, sou fã dessa menina! Misty? May? Dawn? Iris samba na cara dessas sem-sal. Dá de 11 a 0 nessas chatonildas. Iris é a companheira que Ash pediu a Arceus. Não tem quem se iguale a... ops, a Iris é tão boa como personagem que quase não me faz conseguir desligar o modo irônico e não consigo até agora...

PS2: Cilan e suas frases de "efeito" usando termos comuns na culinária. Que saudade... Não, não dá pra usar ironia com ele, então o que quero dizer é: Que gosto amargo deu a saída do Brock.

PS3: Tenho notado algo um tanto frequente e incômodo nesses pokéfilmes. Um personagem lança uma informação que deixa todos surpresos e estes fazem perguntas "cortadas" como se não tivessem captado a mensagem no sentido literal. Exemplo: "Arceus é o pai dos pokémons e foi o criador de mundos inteiros", e eles perguntam: "Pai dos pokémons?" "Criador de mundos inteiros?". Basicamente nesse seguimento. O roteiro às vezes caga para a inteligência do personagem.

NOTA: 8,5 - BOM

Veria de novo? Sim. 


Filme 15: Kyurem contra a espada da Justiça (2012)



Pouco papo e muita ação, assim pode-se resumir precisamente o décimo-quinto pokéfilme.

SPOILERS abaixo:

Revi pela terceira vez este longa de Pokémon que possui uma agilidade de roteiro que supera a de alguns da cinessérie com facilidade extrema. Porém, por razões de pouquidade de elementos. Tem uma animação que faz justiça ao teor fílmico como um todo, mas é exatamente o enredo ágil que o faz parecer um verdadeiro episódio estendido de uma hora e dez minutos. Aqui é apresentada mais uma então nova partícula da mitologia de lendários do pokéverso. Temos os destemidos Espadas da Justiça, compostos pelo sério Cobalion, o boa-praça Terraquion (para o aprendiz em ascensão ele praticamente é o tiozão engraçado) e a compreensiva Virizion, sempre ali, observantes e confiantes no crescimento do pupilo que aqui faz a vez de pokémon frágil, além de ser bastante carente por aprovação com uma avidez por vitória tal qual Ash. Keldeo é o quarto mosqueteiro desse grupo que basicamente atua como uma patrulha de proteção aos pokémons (pelo menos foi o que depreendi). Outro diferencial desse longa para a maioria é a ausência de personagens exclusivos. Não é que a trama seja pobre ou careça de uma pluralidade que torne as coisas "épicas", somente é o enredo direto e certeiro ao ponto desenvolvendo seu objetivo-chave (a evolução de Keldeo), sem tempo para explicações ou empurrar o segundo ato com a barriga. Sobre os atos, houve uma certa "quebra" de padrão. Kyurem - não sei se devo classifica-lo como antagonista - já aparece de supetão atacando Ash e cia no trem poucos minutos após o momento musical com créditos iniciais e do envolvimento da turma no conflito principal na descoberta de um ferido Keldeo. Não é uma simples disputa de egos, mas por valorização, sobretudo própria. Fora isso, a parte técnica conta com certos exageros, tais como a "pirotecnia" dos ataques de Kyurem que, contudo, dão fôlego à batalha decisiva do protagonista. Ash, Iris e Cilan pareceram reduzidos a coadjuvação perto da presença forte de Keldeo, o frágil pokémon raro que precisa estar num embate com o pokémon durão ou ameaçado por ele constantemente. No primeiro e segundo atos temos a perseguição intercalada por "calmaria" e explicações breves que entregam a imersão e fortalecem a meta final. Inclusive senti que do prólogo - longo, por sinal - ao terceiro ato o enredo deu uma volta completa. Toda a jornada de Keldeo por evolução e reconhecimento, apoiada pela turma, começou e terminou no mesmo ponto - o congelamento dos Espadas é o evento direcionador à essa sina. Nada mais justo, dada a dificuldade de Keldeo em alcançar seu sonho, sonho também compartilhado por seus tutores/senpais que não duvidavam do potencial dele e ignorando o detalhe supérfluo do tamanho que, obviamente, em nada influenciava no julgamento de aptidão. Ele só queria provar seu valor. A cena final é de encher de orgulho, bem ambientada e executada em trilha sonora e impacto. O foco maior na ação que impede brechas para esmiuçar melhor as motivações e a duração descontam uns pontos do longa. Mas a estrada de auto-superação do protagonista Keldeo ajuda a fomentar uma moral justamente implícita.

PS1: Ash não levou a melhor sorte nesse filme, coitado. Levou um coice do Keldeo, tentou quebrar a prisão de gelo dos Espadas com um pedaço de ferro, não recebeu carona do Kyurem, não foi chamado de criancinha pela Iris... Opa! Isso não é falta de sorte, na verdade ter ela por perto sim.

PS2: Mais um ponto fortíssimo para a não-perda de tempo do roteiro: a Equipe Rocket completamente FORA, com apenas uma pontinha discreta no epílogo. Devo parabenizar o roteirista pelo feito admirável. Já era tempo desses três sarnas vazarem... por enquanto, como é de se esperar.

PS3: Música de encerramento ficou ó... grudenta. Mas é ótima!

NOTA: 8,0 - BOM

Veria de novo? Sim. 



*As imagens acima são propriedades de seu respectivo autor e foram usadas para ilustrar esta postagem sem fins lucrativos. 

*Imagens retiradas de: http://megafilmeshd50.top/filme/pokemon-11-giratina-e-o-cavaleiro-do-ceu/
                                     http://www.poke-blast-news.net/2013/12/materia-origem-do-universo-pokemon.html
                                     http://pt-br.pokemon.wikia.com/wiki/Arquivo:Pokemon_Filme_13.jpg
                                     http://pt-br.pokemon.wikia.com/wiki/Victini
                                     http://pt-br.pokemon.wikia.com/wiki/Victini


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